O perfil profissional dos novos trabalhadores já não é o mesmo de há 10 ou 20 anos. Isso porque, para os novos profissionais, não basta apenas ter um bom salário para se manter na empresa.
Visto que a nova geração de trabalhadores valoriza o bem-estar, a qualidade de vida, a satisfação no trabalho, entre outras coisas, o salário emocional ganha cada vez mais espaço nas companhias.
Diante desse cenário, é preciso que a gestão de Recursos Humanos fique atenta às tendências para garantir a produtividade e o engajamento dos colaboradores, equilibrando a remuneração financeira com o salário emocional.
Ao longo desta leitura você confere o que é salário emocional e qual é sua importância para as organizações. Acompanhe!
Afinal, o que é salário emocional?
O salário emocional compreende todas as iniciativas que têm como objetivo fomentar um clima organizacional positivo. A intenção é fazer com que os funcionários se envolvam com os objetivos da companhia, aumentando a produtividade e o comprometimento dos colaboradores.
Para tanto, as corporações têm investido em ações de reconhecimento e premiação desses profissionais, utilizando iniciativas e ferramentas que proporcionem emoções positivas.
O salário emocional é subjetivo, pois a geração de valor e a sensibilização de cada um dos benefícios implantados pelas empresas depende muito de como cada indivíduo reage a essas iniciativas.
No entanto, existem maneiras diferentes de inserir esse conceito na cultura organizacional, como veremos a seguir. É necessário levar em consideração que um trabalhador pode se sentir recompensado e engajado com suas funções de diversas maneiras, sendo que cada uma delas funciona como um componente do salário emocional.
Nesse contexto, o salário emocional pode acontecer por:
- hierarquia horizontalizada;
- ambiente de trabalho positivo;
- flexibilização de horário para que a empresa se adéque à rotina do colaborador, e não o contrário;
- plano de carreira claro;
- sensação de pertencimento à organização em que atua;
- comunicação clara e efetiva entre gestores e demais funcionários;
- elevação do nível de autonomia aos colaboradores.
Agora que você já sabe o que é salário emocional, confira por que ele é importante.
Por que o salário emocional é importante?
De acordo com uma pesquisa do Instituto Gallup de 2017, divulgado pela revista Época, 15% dos profissionais entrevistados em 155 países dizem estar engajados com as empresas para as quais trabalham.
Esse número é muito baixo, principalmente se levarmos em conta que o envolvimento dos colaboradores está diretamente relacionado à produtividade. Diante dessa realidade, as empresas precisam se atualizar, visto que, com a chegada das gerações Y e Z no mercado de trabalho, as relações no ambiente organizacional estão se transformando.
Afinal, essas pessoas não apenas valorizam uma boa remuneração, como também precisam de outros benefícios para se sentirem motivadas no trabalho. Assim, a gestão de Recursos Humanos deve criar estratégias para atrair e manter os colaboradores na companhia, já que as novas gerações não têm receio de trocar de emprego e valorizam cada vez mais o salário emocional.
O que é a Felicidade Interna Bruta?
A Felicidade Interna Bruta (FIB) é um conceito que mensura o índice de bem-estar das pessoas em seus ambientes sociais, ao passo que o salário emocional defende um complemento à remuneração oferecida pela organização.
Resumidamente, a ideia do salário emocional é levar até os colaboradores aquilo que o dinheiro não é capaz de comprar: bem-estar, qualidade de vida e felicidade no trabalho. Assim, o salário emocional trabalha prioritariamente aspectos que vão além da riqueza material.
A FIB está relacionada com a união entre benefícios materiais e imateriais, sendo composta pelos 9 aspectos que listamos a seguir.
1. Bem-estar psicológico
Este primeiro aspecto leva em conta os níveis de satisfação pessoal com relação a requisitos pessoais. Para isso, são verificadas as emoções positivas e negativas, além dos níveis de estresse e as sensações de competências.
Todas elas estão diretamente relacionadas ao que é vivenciado dentro das organizações, mas também é feito um diagnóstico do que é vivido fora do ambiente de trabalho.
2. Saúde
A saúde está relacionada a hábitos dentro e fora das instalações da empresa, bem como a iniciativas de companhias que mantêm espaços destinados à saúde do colaborador dentro do ambiente de trabalho. A flexibilidade para que os trabalhadores cuidem de sua saúde, mesmo durante o expediente, também faz parte da FIB.
3. Administração do tempo
A administração do tempo é um dos mais importantes critérios utilizados para a FIB, já que no mundo atual utilizamos muitas horas com o deslocamento de casa para o trabalho.
Essa restrição de tempo também interfere nos relacionamentos familiares e nas amizades. Nesse contexto, a gestão equilibrada do tempo afeta a FIB, incluindo toda a rotina diária do trabalhador.
As empresas devem ficar atentas para oferecer a flexibilidade de horário. Dessa forma, o bem-estar dos colaboradores é assegurado de uma forma mais ampla, favorecendo a FIB.
4. Vitalidade comunitária
Tem a ver com as interações e os relacionamentos nas comunidades, considerando o índice de confiança, o engajamento com o meio e a sensação de pertencimento, tudo o que se busca dentro de uma companhia.
5. Educação
Considera aspectos relacionados com a disponibilidade do empregado para o aprendizado e o envolvimento com a educação do outro.
Esse aspecto está relacionado com a educação corporativa e com o desenvolvimento de novas habilidades e competências. Nesse sentido, é responsabilidade da empresa flexibilizar a rotina dos funcionários para que eles possam fazer os cursos.
6. Cultura
A cultura promove as tradições regionais e locais, dando ênfase aos valores da localidade. O objetivo é estabelecer uma maior conexão com a organização e com quem trabalha e consome seus produtos e serviços. As ações envolvendo a cultura também englobam os fornecedores locais.
7. Meio ambiente
É como o funcionário percebe o ambiente e como ele consegue se adaptar e interagir com ele. Também diz respeito a como cada pessoa pode contribuir com a melhora desse ambiente, favorecendo um clima organizacional positivo.
8. Governança
Essa é a análise que o colaborador fazer acerca da sociedade, do sistema eleitoral e político, da honestidade e da responsabilidade relacionada aos negócios.
Também diz respeito a como o cidadão reage e se relaciona com as lideranças da empresa, assim como sua visão a respeito deles e a comunicação entre as partes.
9. Padrão de vida
Finalmente, este aspecto está relacionado com a renda e os bens dos colaboradores, assim como possíveis dívidas e a forma como vivem com a família e a sociedade. O salário é verificado no padrão de vida, já que ele pode ser visto como uma garantia para a boa qualidade de vida dos seus familiares.
No entanto, a qualidade de vida do trabalhador pode ser superior ao de sua família, já que a empresa já pode ter implantado o salário emocional, conferindo bem-estar ao trabalhador, no que compreende alimentação e acesso a cuidados com a saúde.
Assim, a FIB é uma importante evidência do salário emocional, suportada pelos benefícios que ela traz para colaboradores e empresas.
Quais são os tipos de ações que se encaixam no conceito de salário emocional?
Todas os aspectos da FIB se enquadram no salário emocional, mas podemos completar com as dicas abaixo.
Benefícios complementares
Uma das formas mais eficiente de oferecer o salário emocional é apostar em convênios com escolas, faculdades e academias de ginástica.
A facilidade para conseguir financiamentos e empréstimos junto aos bancos também pode ser bastante valorizada pelos colaboradores.
Além disso, subsídios para alimentação e transporte são uma forma eficiente de agregar valor à estada do funcionário na empresa, e tudo isso agrega valor ao salário emocional.
Investir em processos de integração dos novos colaboradores
Quando os novos colaboradores são bem recebidos, com um processo de onboarding eficiente e estruturado, as chances de o novo profissional permanecer na empresa são muito maiores.
Isso sem falar que ele se integra melhor à rotina e aos novos colegas. Tudo isso tem um valor muito grande para os colaboradores, o que também pode ser considerado parte do salário emocional.
Apostar em celebrações
Celebrações são ótimas maneiras de os colaboradores se confraternizarem e também de unir a equipe, o que colabora para a manutenção de um clima organizacional positivo.
Logo, aposte em pequenos eventos relacionados com o Dia das Mães e o Dia dos Pais, por exemplo, além de confraternizações para comemorar metas batidas. Tais eventos relaxam e ajudam a gerar um clima de melhoria contínua na empresa.
Contar com um plano de cargos e salários
Ter um plano de cargos e salários bem estruturado é fundamental para conquistar o comprometimento dos funcionários com as suas funções. Tendo um plano de cargos e salários diante de si, o trabalhador saberá exatamente quais caminhos deve trilhar dentro da organização para alcançar os cargos desejados, como os de liderança.
Oferecer trabalho em home office
Com os deslocamentos nos grandes centros, cada vez mais profissionais e empresas estão aderindo ao home office. Essa modalidade de trabalho ainda ajuda as empresas a reduzirem os custos com estrutura, além de os colaboradores poderem ter uma maior flexibilidade na rotina.
Incentivar a educação
O investimento na qualificação dos colaboradores é importante tanto para eles quanto para a empresa. Com profissionais bem formados e atualizados, fica mais fácil criar diferenciais competitivos para o negócio.
Ainda tem dúvida se vale mesmo a pena investir no salário emocional? Então continue a leitura!
Porque as empresas devem investir no salário emocional?
Até aqui você já deve ter percebido que os benefícios do salário emocional são muitos, tanto para empresas quanto para colaboradores, mas vamos reforçar os principais para você.
Bem-estar e produtividade
Quando as pessoas se sentem acolhidas e incentivadas, o grau de motivação aumenta e elas ficam mais dispostas a entregar mais e melhor. Para as empresas, esse é um importante diferencial competitivo, que pode elevar os índices de competitividade no mercado de atuação.
Qualidade de vida e saúde
Quando o colaborador está em uma empresa que se preocupa com a qualidade de vida dele, flexibilizando horários e dando alternativas para que sua rotina seja mais saudável, ele tende a se sentir mais satisfeito.
Além disso, todas essas ações colaboram para que ele cuide melhor da saúde física e da mental. Como consequência, ele se afasta menos por motivos de doença e garante a máxima produtividade quando está trabalhando.
Conforto e satisfação
Estar em uma organização que preza pelo conforto do trabalhador gera valor para essa empresa, que tende a se tornar uma marca empregadora.
Isso quer dizer que a companhia estará apta a atrair e manter os melhores talentos do mercado, gerando importantes resultados como aumento das vendas e valor agregado para a marca.
Clima organizacional positivo
Quando as pessoas estão em uma empresa que oferece a elas a oportunidade de crescimento profissional e pessoal — e isso envolve capacitação, um plano de cargos e salários bem definido e iniciativas de qualidade de vida —, o clima organizacional tende a ser positivo, gerando resultados para ambas as partes.
Assim, o benefício mais evidente do salário emocional é o sentimento de pertencimento ao ambiente e às funções desempenhadas.
Esse é o bem mais valioso oferecido pela empresa, já que o desejo dos colaboradores de pertencer e permanecer na corporação pode ser revertido a favor da produtividade, da criatividade e da inovação.
Nesse cenário, o salário emocional pode e deve ser utilizado para atrair e manter os melhores colaboradores do mercado. Ademais, todas essas iniciativas colaboram para formar uma marca empregadora, o que gera mais valor percebido para toda a sua rede de relacionamentos da organização.
Como vimos ao longo deste artigo, o salário emocional traz vantagens tanto para colaboradores quanto para as empresas. Além disso, colabora para a redução do turnover, do absenteísmo e do presenteísmo.
Para colher os resultados positivos do salário emocional, o primeiro passo é conhecer os anseios e perspectivas dos colaboradores que fazem parte da empresa. Dessa forma, você identifica quais são os tipos de salário emocional que têm valor para a maioria dos colaboradores, e com isso você pode começar a investir nas ações necessárias para a implantação dos benefícios na companhia.
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